O endividamento de estudantes brasileiros atingiu patamares preocupantes em 2025. Com mais de setenta e quatro milhões de inadimplentes no pais e 11,8 por cento desse grupo composto por jovens de 18 a 25 anos, muitos alunos enfrentam dificuldade para equilibrar estudos e finanças. A combinação entre falta de experiencia para lidar com credito, pressão social por consumo e custos elevados de vida transforma pequenas despesas em um verdadeiro desafio. Neste artigo, vamos explorar os principais motivos que levam estudantes ao endividamento e apresentar um roteiro prático para retomar o controle financeiro e renovar a confiança.
Por que os estudantes se endividam?
Entender as raizes do endividamento é o primeiro passo para evitar armadilhas. Diversos fatores contribuem para que alunos acumulem dívidas ainda no inicio da vida acadêmica:
- Ausência de planejamento devido a limitada experiência com orçamento
- Facilidade de acesso a crédito por meio de cartões e empréstimos
- Pressão para manter padrões sociais com roupas e eletrônicos
- Dificuldade em conciliar trabalhos informais e estudos
- Desconhecimento sobre taxas e juros cobrados em operações financeiras
Essa realidade evidencia a necessidade de conscientização desde os primeiros semestres, oferecendo aos estudantes noções sólidas sobre gasto consciente.
Panorama do endividamento jovem
Dados recentes mostram que 77,6 por cento das famílias brasileiras estão endividadas. Dos 74,6 milhões de inadimplentes, 11,8 por cento têm entre 18 e 25 anos. Esse percentual reflete a vulnerabilidade de quem ainda não possui renda estável ou reserva de emergência.
Enquanto estudantes recorrem a cartões de crédito e empréstimos estudantis para custear mensalidades e vida pessoal, faixas etárias mais altas costumam enfrentar dívidas de longo prazo, como consignados e financiamentos. Contudo, a falta de experiência financeira torna os jovens ainda mais suscetíveis aos efeitos de uma bola de neve de juros altos.
O ciclo da dívida
Pequenas parcelas não quitadas imediatamente podem se transformar em gargalos financeiros. O uso recorrente do crédito rotativo no cartão gera juros altos do rotativo, elevando o valor total da dívida rapidamente. Alem disso, a prática de parcelar compras sem planejamento favorece o efeito bola de neve, em que uma despesa leva a outra, consumindo grande parte do orçamento.
Com o comprometimento médio de 27,2 por cento da renda das famílias brasileiras em dívidas, sobra pouco espaço para poupança ou investimentos na formação acadêmica. Pressão psicológica e ansiedade podem ainda prejudicar o desempenho escolar, alimentando um ciclo vicioso de preocupações e novas dívidas.
Como sair do buraco: primeiros passos práticos
Iniciar um processo de renegociação exige foco e disciplina. Siga este roteiro para criar um plano financeiro personalizado e eficaz:
- Faça um diagnóstico completo: liste todas as dívidas, credores e taxas de juros
- Priorize pagamentos: identifique dívidas com maiores taxas e bloqueios de crédito
- Negocie acordos: utilize plataformas como Serasa Limpa Nome para obter descontos
- Estabeleça um teto de gastos: defina valores máximos para lazer e compras pessoais
- Busque fontes de renda extra: freelas, monitorias e estágios pagam mais que dívidas
Ao adotar essas medidas de forma sistemática, o estudante reduz o montante devido e recupera gradualmente a confiança para planejar o futuro com mais segurança.
Dicas de educação financeira para não voltar ao endividamento
Para manter o equilíbrio após sair do vermelho, é essencial desenvolver hábitos saudáveis de consumo. Algumas práticas simples fazem toda a diferença no longo prazo:
Monitore seus gastos diariamente. Anotar cada despesa, por menor que seja, ajuda a identificar padrões de consumo desnecessários. Utilize planilhas ou aplicativos gratuitos para criar um orçamento realista, contemplando custos fixos e variáveis.
Planeje grandes compras com antecedência. Seja um novo celular, uma viagem ou intercâmbio, pesquise preços, guarde recursos e espere por promoções. Ademais, evite cair na tentação do parcelamento a perder de vista e prefira o pagamento à vista quando possível.
Aprenda a usar o cartão de crédito de forma responsável: pague sempre o valor total da fatura e mantenha o limite adequado à sua renda. Evite o crédito rotativo e, se necessário, solicite redução de limites para impedir gastos impulsivos.
Onde buscar ajuda e orientação
Existem diversos canais de apoio que podem orientar o estudante no controle das finanças pessoais:
- Procon e centros de defesa do consumidor
- Plataformas de negociação de dívidas, como Serasa Limpa Nome
- Serviços de orientação financeira em universidades
- Programas públicos de renegociação, como Desenrola Brasil
- Blogues e materiais educacionais do Banco Central
O acesso a essas ferramentas oferece respaldo para decisões mais assertivas e mostra que não é preciso enfrentar o problema sozinho.
Enfrentar o endividamento pode parecer um desafio grande, mas cada passo dado em direção ao equilíbrio financeiro representa um avanço na construção de uma trajetória acadêmica mais estável e tranquila. Ao adotar hábitos conscientes e buscar suporte sempre que necessário, o estudante não apenas sai do buraco, mas aprende a trilhar um caminho sustentável, repleto de oportunidades e conquistas pessoais.
Referências
- https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/05/26/endividamento.htm
- https://www.panrotas.com.br/mercado/pesquisas-e-estatisticas/2025/02/em-2025-cai-o-numero-de-endividados-mas-dividas-pesam-mais-na-renda_214089.html
- https://veja.abril.com.br/economia/recorde-de-endividados-revela-fraturas-no-crescimento-economico-do-brasil/
- https://www.serasa.com.br/limpa-nome-online/blog/mapa-da-inadimplencia-e-renogociacao-de-dividas-no-brasil/
- https://blogdoibre.fgv.br/posts/disparidades-regionais-do-endividamento-familiar-e-os-vieses-comportamentais
- https://www.tesourotransparente.gov.br/temas/divida-publica-federal/estatisticas-e-relatorios-da-divida-publica-federal
- https://www.bcb.gov.br/detalhenoticia/752/noticia